Elvis 1956




sexta-feira, 31 de março de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 3

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continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 3


O tempo tornara-se meu inimigo. Elvis deveria voltar aos Estados Unidos a 1º de março de 1960. Só me restavam alguns meses para passar tanto tempo em sua companhia quando fosse possível.

Pensava nele em cada minuto em que não estava ao seu lado. Minha vida estava agora dominada por Elvis, mas apesar disso havia ocasiões em que ele me desapontava. Uma noite ele me disse que telefonaria e não o fez. No dia seguinte, ao me ligar, ele falou:

— Oi, Baby. Acha que pode vir esta noite?

— O que aconteceu ontem à noite? Você ficou de telefonar.

— É mesmo? Oh, merda!

Ele estava concentrado em sua aula de caratê e esquecera por completo. Tive de aprender a não considerar sua palavra como infalível. Era desapontador, mas esse era o seu jeito. Elvis geralmente ligava depois das sete e avisava que seu pai viria me buscar por volta das oito horas. Eu tinha de me vestir depressa, tentando encontrar algum meio de parecer mais velha.

Seu pai estava preocupado com o fato de ele namorar uma menor. minhas roupas eram bem jovens, saias e blusas sem qualquer sofisticação. Havia ocasiões em que eu pegava roupas de minha mãe emprestadas, torcendo para que todos presumissem que tinha pelo menos dezesseis anos de idade.

À medida que passei a conhecer Elvis melhor, constatei que ele vivia praticamente como um recluso quando não estava na base. Não tinha muita alternativa. No instante em que saía de casa, era imediatamente cercado por uma multidão. A simples ida a um cinema local exigia um planejamento meticuloso. Alguém levava o carro para a frente da casa. Elvis saía correndo, pulava a cerca e entrava no carro antes que as fãs começassem a suplicar autógrafos. Havia sempre multidões a persegui-lo, telefonando,

 
cercando a casa, atacando-o literalmente quando aparecia em qualquer lugar público.

Muitas noites, quando Elvis entrava de serviço muito cedo na manhã seguinte, quem me levava para casa, na Goethestrasse, 14, era Lamar Fike, um amigo que ele trouxera dos Estados Unidos, ou Vernon Presley. Uma noite, quando nem Lamar nem Vernon podiam me levar em casa, Elvis pediu a um "amigo" chamado Kurt (não é o seu verdadeiro nome) que cuidasse disso.

Kurt concordou, pegou o carro e deixou a casa de Elvis, a caminho de Wiesbaden. Eu estava muito cansada e comecei a cochilar. Subitamente, o carro começou a avançar aos solavancos. Abri os olhos.

— O que ouve? — indaguei.

— Você já vai descobrir — respondeu Kurt, virando a cabeça.

Deixáramos a rodovia e estávamos numa estradinha de terra. Eu podia divisar as luzes de uma casa distante, mas todo o resto se encontrava mergulhado na total escuridão. Fiquei assustada.

— Qual é o problema? — balbuciei, confusa.

Kurt parou o carro e desligou o motor. Repeti a pergunta, mas ele não respondeu. Virou-se e me agarrou, tentando me beijar.

Repeli-o, lutando. Ele me forçou para baixo, no banco. Em pânico, supliquei:

— Não! Deixei-me em paz!

Passei a me debater freneticamente. Abri a porta do meu lado com o pé, estendi a mão e abri a outra também, ao mesmo tempo em que tocava a buzina, acendia os faróis e arranhava seu rosto.

Por frustração e medo de ser apanhado em flagrante, Kurt acabou desistindo. Ele não disse nada pelo resto do percurso até minha casa. Fiquei chorando, incrédula, rezando para chegar em casa sã e salva.

Três dias passaram antes que eu tornasse a ter notícias de Elvis. Meus pais sabiam que alguma coisa estava errada; contudo, eu não podia lhes contar que Kurt tentara me violentar, pois então nunca me permitiriam sair outra vez com ele. E se isso acontecesse, como eu poderia visitar Elvis quando Vernon e Lamar não estivessem disponíveis? Minha imaginação estava desenfreada. Tinha receio de contar a Elvis, Porque achava que Kurt

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ELVIS E EU


era seu amigo. Comecei a pesar que talvez Elvis soubesse o que Kurt fizera. Talvez eu fosse apenas uma mera diversão para Elvis, alguém que ele podia passar para Kurt ou qualquer outro que me desejasse. Sentia-me torturada pelos pensamentos.

Finalmente Kurt ligou e disse que Elvis queria me ver. Eu não tinha alternativa que não acompanhá-lo. Durante a viagem para Bad Neuheim Kurt não fez qualquer menção ao incidente e eu também não falei nada. Fiquei calada. Estava apreensiva por me encontrar em sua companhia. Não sabia, quando ele tirava a mão do volante, se ia tentar me agarrar ou qualquer outra coisa. Não tinha a menor idéia do que se passava em sua cabeça. E cheguei à conclusão de que precisava contar a Elvis.

Naquela noite, quando estávamos a sós em seu quarto, Elvis me perguntou se havia algo errado. Minha voz tremia, mal consegui falar. Depois que contei tudo, Elvis ficou transtornado e gritou:

— Vou matá-lo!

Ele ficou andando de um lado para outro do quarto, xingando Kurt. Eu era sua garota, disse Elvis, mas ele nunca fora até o fim. E de repente aparecia um cara que se dizia seu amigo e tentava me violentar. Escutei em silêncio enquanto ele esbravejava, secretamente aliviada por sua reação. Como pudera duvidar de Elvis?

Elvis estava tão furioso que levei a noite inteira para acalmá-lo. Ao final, convenci-o de que devíamos esconder de meus pais a agressão de Kurt ou eu não teria mais permissão para voltar. Elvis me abraçou firmemente, como se quisesse assim eliminar a recordação angustiante. Ele sentia-se culpado por me levar a uma situação tão perigosa.

Desse momento em diante, Kurt foi virtualmente excluído da vida de Elvis. Não creio que Elvis tenha lhe explicado o motivo, mas Kurt deve ter compreendido. Quase não apareceu depois disso.

Comecei a entender que Elvis esperava lealdade absoluta dos amigos. Se era traído, cortava a pessoa de sua vida.

Vernon estava agora usando um bigode impecavelmente aparado; segundo Elvis, fora Dee Stanley quem o encorajara a isso. Nossas conversas no carro eram um tanto superficiais e sempre tive a impressão de que ele


preferia estar fazendo outra coisa, como passar o tempo com Dee, que às vezes o acompanhava.

Agora,quando eu chegava na Goethestrasse, 14, muitas vezes encontrava Elvis lá em cima, estudando a arte antiga do caratê com seu instrutor. Em outras ocasiões ele estava na sala de estar a demonstrar orgulhoso para o seu círculo os novos movimentos que aprendera, todos admirando a sua maestria naquela forma de arte marcial recentemente popularizada.

Elvis também passava horas com um massagista alemão meio louco que o convencera que podia rejuvenescer a pele do rosto com seu tratamento secreto. Ele sempre se sentia constrangido com alguns poros grandes em seu rosto. Joe Esposito sempre zombava de Elvis, alegando:

— O que ele está fazendo de tão especial? Você continua a parecer o mesmo para mim.

Elvis respondia, na defensiva:

— Ele diz que demora algum tempo antes dos resultados aparecerem. Vernon interferia:

— Mais algum tempo? Provavelmente para nos levar à falência pelo que ele está cobrando. Não confio nele.

Um permanente centro de atividade na casa era a avó de Elvis, a quem ele dera o apelido de Dodger. Acontecera quando Elvis era um garoto de cinco anos e num acesso de raiva jogara uma bola de beisebol em cima da avó, errando sua cabeça por poucos centímetros. Elvis comentava jovial:

— Ela se esquivou muito depressa.

A partir desse momento, ele passara a chamá-la de Dodger, a que se esquiva.

Vovó cuidava da casa, cozinhava, mantinha a tudo e a todos sob controle. Tinha o ar de uma pessoa com um propósito resoluto na vida, que no caso de Elvis era providenciar para que ele fosse bem cuidado. Quando eu queria um pouco de sossego, enquanto Elvis treinava caratê, no quarto de Dodger era o lugar para onde escapar. Ficávamos sentadas por horas a fio, ela me falava dos velhos tempos, sobre Gladys e seu profundo amor por Elvis, sobre a terrível luta que os Presley haviam travado pela


sobrevivência. Ela vivia com Vernon e Gladys desde o nascimento de Elvis, ajudando quando Gladys arrumava um emprego fora para ajudar no sustento da família. Uma mulher forte, Vovó agüentara firme quando o marido fora embora, deixando-a com cinco filhos. Queria que todos acreditassem que tinha um ressentimento contra J. D. Presley, mas Dodger tinha um coração que a tudo perdoava e tenho a impressão de que ainda gostava dele.

Ela ajudou a criar Elvis como se fosse seu próprio filho, mimando-o um pouco, como as avós costumam fazer. Sempre saía em sua defesa quando achava que Gladys estava sendo rigorosa demais. Dodger me contou um dia:

— Gladys sempre me chamou de Sra. Presley, desde o instante em que a conheci até o dia em que morreu. Uma ocasião Elvis veio correndo para mim e gritou "Oi, Minnie!" Senti muita pena do menino. Gladys levantou-se, deu-lhe uma palmada e disse: "Nunca mais a chame pelo primeiro nome. Isso é falta de respeito. Ela é sua avó. "Ele chorou durante um hora. Fui confortá-lo e expliquei: "Vai ficar tudo bem. Ela estava fazendo o que acha certo. E agora vá pedir desculpa a sua mãe. "O pobre coitado fitou-me desesperado com aqueles olhos azuis. Gladys era às vezes muito dura com ele. Mas Elvis sempre foi um bom menino. Nunca se meteu em qualquer encrenca mais grave, sempre saía da escola e voltava direto para casa, cumpria suas obrigações. E Gladys o vigiava de perto, com medo de que ele fosse machucado. Elvis queria muito jogar futebol americano na escola.

Vovó balançava para frente e para trás em sua cadeira, contemplando alguma coisa no passado que a fazia começar a tirar grampos dos cabelos. Ela pegou sua caixinha de rapé, aspirou um pouco e depois continuou nas reminiscências:

— É verdade, ele adorava esportes.

— Então por que ele não praticava nenhum, Vovó?

— Gladys não permitia. Ela me dizia: "Eu não suportaria se Elvis se machucasse, Sra. Presley. Isso me mataria. Já observei como eles jogam naqueles campos. São brutos demais. Acho que gostam de machucarem uns


aos outros. Elvis não é assim. Ficaria como um pássaro ferido no meio de lobos. Não posso deixar que isso aconteça com meu garoto."

Fui informada de que o esforço constante de Gladys para proteger Elvis era o resultado de sua angústia pela morte do irmão gêmeo de Elvis Jesse Garon. Aprendi a amar Dodger e o que ela representava — compaixão e devoção total à família.

Meu maior problema naquela época era o fato de que Elvis e eu parecíamos nunca ter tempo suficiente a sós. Havia sempre muitas pessoas aparecendo, instalando-se na sala de estar, conversando e rindo, até que Elvis descia de seu quarto. Assim que ele surgia, todos na sala ficavam em silêncio, esperando que revelasse seu ânimo. Ninguém, inclusive eu, se atrevia a gracejar, enquanto ele não risse... e então todos riam.

Como tinha de partilhar meu pouco tempo em companhia de Elvis com tantas pessoas, comecei a me sentir ciumenta e possessiva. Só quando íamos para o seu quarto é que eu me sentia realmente feliz. Tínhamos um ritual noturno. Por volta das dez ou onze horas, Elvis olhava para mim e depois para a escada. Ingenuamente, presumindo que ninguém sabia para onde me encaminhava, eu subia para o seu quarto e deitava na cama, esperando impaciente por sua chegada. Elvis deitava ao meu lado, o mais junto que podia, sussurrando:

— Eu amo você... — Ele punha os dedos em meus lábios quando eu fazia menção de falar, — Não diga nada. Não compreendo muito bem o que estou sentindo, sei apenas que passei a amar você, Cilla. Papai está sempre me lembrando de sua idade e dizendo que não é possível... Quando eu voltar para casa... Só o tempo nos dirá o que vai acontecer. A cada noite que eu passava em sua companhia ele me confiava mais alguma coisa — suas dúvidas, segredos, frustrações. Era esperar demais que uma garota impressionável de quatorze anos compreendesse tudo, mas eu bem que me esforçava. Angustiava-me pela morte de sua mãe. Afligia-me pelo seu desejo de se tornar um grande ator, como seus ídolos Marlon Brando, James Dean, Karl Malden e Rod Steiger. Preocupava-me com seus temores de não recuperar a popularidade que achava que perdera ao servir o exército. E desatava a rir quando ele especulava:


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— E se algum dia eu terminasse como um motorista de caminhão? Não seria sensacional?

Havia ocasiões em que Elvis entrava em seu quarto na maior animação. Eu ansiava pelas noites em que ele apagava todas as luzes e se estendia ao meu lado.

— Você é linda, Honey — murmurava ele, abraçando-me.

E trocávamos beijos prolongados e ardentes. Suas carícias deixavam-me trêmula de desejo.

Nas noites em que estava calmo e descontraído ele me descrevia a sua mulher ideal e dizia como eu me ajustava com perfeição à imagem. Elvis gostava de morenas de olhos azuis, de fala suave. Queria me moldar às suas opiniões e preferências. Apesar de sua reputação de ser um rebelde, ele se apegava à visão tradicional dos relacionamentos. A mulher tinha o seu lugar e era o homem quem devia tomar a iniciativa.

A fidelidade era muito importante para ele, especialmente da parte da mulher. Elvis me lembrava constantemente que sua namorada tinha de ser absolutamente fiel. Admitia que estava preocupado com Anita. Ela era uma beldade de Menphis e personalidade da televisão. Elvis comentou que ultimamente as cartas de Anita haviam se tornado bastante impessoais e desconfiava que ele andava saindo com outro homem.

Apesar de suas pregações moralistas, eu temia que Elvis nem sempre me fosse fiel. Suas brincadeiras com algumas outras garotas que freqüentavam a casa me levavam a suspeitar que tinha alguma intimidade com elas.

Uma noite ele estava tocando piano para o grupo regular e mais uma dupla de garotas inglesas. Depois, pegou a guitarra e olhou ao redor, mas não encontrou a palheta. E indagou:

— Alguém viu a palheta da minha guitarra?

Uma das garotas inglesas sorriu-lhe.

— Esta lá em cima, na mesinha-de-cabeceira, em seu quarto. Vou buscar.

Todos os olhos, inclusive os meus, fixaram-se na garota, enquanto ela subia a escada, consciente de que era agora o centro das atenções. Furiosa por sua traição óbvia, virei-me para Elvis, mas ele evitou meu



olhar, concentrando-se na guitarra, como se precisasse afiná-la, dedilhando as notas de leve. E um momento depois pôs-se a tocar "Lawdy, Miss Clawdy".

Sem a palheta, seus dedos deviam doer bastante, mas não importava; ele não largaria aquela guitarra. Sabia que estava metido numa encrenca. Depois de apresentar algumas canções, Elvis pediu licença e retirou-se para a cozinha. Fui atrás dele.

— Você esteve no quarto com ela? — perguntei.

— Não

— Então como ela soube onde estava a palheta e qual era o quarto?

— Ela passou pela porta uma noite e comentei que o quarto estava muito sujo e desarrumado — respondeu Elvis, com um sorriso infantil. — A garota se ofereceu então para arrumar. Foi só isso.

Apesar de sua declaração de inocência, eu não me senti tranqüilizada. Ele era ídolo sexual de milhões de mulheres e podia escolher quem quisesse, sempre que quisesse. Aprendi rapidamente, para a minha própria sobrevivência, a não fazer perguntas demais.



ELVIS E EU


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CONTINUA,,,,,,,,

quinta-feira, 30 de março de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 2

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CONTINUAÇÃO DO LIVRO Elvis e EU  Elvis And Me   CAPITULO 2



Esperava nunca mais ter notícias dele. Poucos dias depois, no entanto, o telefone tocou. Era Currie. Disse que acabara de receber um telefonema de Elvis, querendo saber se ele poderia me levar de novo à sua casa naquela noite. Fiquei extasiada.

— Está falando sério, Currie? Ele quer mesmo me ver? Por quê? quando ele ligou?

Incapaz de responder a todas as minhas perguntas ansiosas, Currrie limitou-se a dizer calmamente:

— Você quer que eu fale com seu pai?

Meus pais se mostraram tão surpresos quanto eu. Relutantes, aceitaram o pedido de Currie.

A visita foi muito parecida com a anterior — uma conversa descontraída, Elvis tocando piano e cantando,todos comendo os pratos prediletos da avó. Mas tarde, porém, depois que terminou de cantar, Elvis me procurou e disse: — Quero ficar a sós com você, Priscilla. Estávamos frente a frente, fitando-nos olhos. Dei uma olhada ao redor. Não havia mais ninguém por ali.

— Estamos a sós — murmurei, nervosamente.

Ele chegou mais perto, encostando-me na parede, sussurrando:

— "Realmente" a sós. Não quer subir para o meu quarto?

O convite me deixou em pânico. "O quarto"? Até aquele momento não me passara pela cabeça que Elvis Presley pudesse estar interessado em mim sexualmente. Ele podia ter qualquer mulher do mundo. Por que haveria de me querer?

— Não precisa ficar com medo, meu bem.

Enquanto falava, ele me alisava os cabelos.

— Juro que não farei nada para prejudicá-la. — Ele parecia absolutamente sincero. — Vou tratá-la como uma irmã.

Afogueada e confusa, desviei os olhos.

— Por favor...



Parada ali, fitando-o nos olhos eu me sentia atraída, quase contra a minha vontade. Acreditava nele; não era difícil acreditar. Descobrira àquela altura que suas intenções eram afetuosas e sinceras. Os momentos passavam e eu ainda não era capaz de fazer coisa alguma. Mas acabei acenando com a cabeça e murmurei:

— Esta bem.

Ele pegou-me a mão e levou-me para a escada, murmurando qual era o seu quarto e acrescentando:

— Vá na frente e eu irei ao seu encontro dentro de alguns minutos. Será melhor assim.

Elvis encaminhou-se para a cozinha, enquanto eu subia a escada, lentamente, especulando: O que ele exigiria de mim? O que esperava? Ficarei completamente a sós com ele pela primeira vez, desde que o conheci, tenho sonhado com este momento, convencida de que nunca chegaria. Agora, estou no meio de uma realidade que jamais pensei que pudesse acontecer.

Cheguei ao segundo andar e encontrei seu quarto. Era tão simples e impessoal quanto os outros cômodos da casa. Entrei e sentei empertigada numa cadeira de encosto reto... e fiquei esperando. Como Elvis ainda não tivesse aparecido, depois de alguns minutos, comecei a olhar ao redor. Era um quarto comum, sem nada excepcional, certamente não havia nada que indicasse ser o quarto de um famoso cantor de rock. Havia livros, uma coleção de discos, uniformes e botas. Havia também muitas cartas de garotas dos Estados Unidos na mesinha-de-cabeceira. Muitas eram de alguém chamada Anita. Elvis raramente mencionava Anita, mas todos sabiam que ele tinha uma namorada em casa. Senti vontade de ler as cartas, mas fiquei com medo de que ele me surpreendesse.

Mais vinte minutos transcorrera antes que Elvis finalmente aparecesse. Ele entrou e tirou o casaco, ligou o rádio e sentou na cama. Eu mal olhava para ele, apavorada. Imaginava-o a me agarrar, jogar na cama, fazer amor. Em vez disso, falou suavemente:

— Por que vem sentar ao meu lado? — Relutei, mas ele se apressou em garantir que eu nada tinha a temer. — Juro que gosto de você, Priscilla,


é uma presença revigorante. E é muito bom conversar com uma garota americana. Sinto falta disso. Fico meio solitário aqui.

Sentei ao seu lado, sem dizer nada, mas comovida com seu ar vulnerável, um pouco infantil. Elvis disse que nosso relacionamento seria muito importante para ele e que precisava de mim. Era o mês de outubro e ele deveria retornar aos Estados Unidos dentro de seis meses. Conhecia muitas garotas e não eram poucas as que vinham visitá-lo, como eu estava fazendo, mas nunca sentira uma intimidade genuína com qualquer outra, como acontecia agora.

Aninhei-me em seus braços, certa de que ele não se mostraria precipitado. Elvis abraçou-me, murmurando:

— Gostaria que mamãe estivesse aqui para conhecer você. — Ele suspirou e uma expressão transtornada surgiu em seu rosto. — Ela gostaria de você tanto quanto eu gosto.

— Eu também gostaria de conhecê-la — sussurrei, comovida com sua sinceridade.

Eu saberia depois que a mãe de Elvis, Gladys, era o grande amor de sua vida. Ela morrera a 14 de agosto de 1958, aos 42 anos de idade, de insuficiência cardíaca, depois de um longo padecimento com hepatite aguda.

Elvis comentou como a amava profundamente e sentia sua falta, como temia voltar a Graceland sabendo que não iria encontrá-la ali. Fora o seu presente para a mãe, uma propriedade que comprara por cem mil dólares, um ano antes de sua morte.

Elvis estava convencido de que a mãe renunciara a continuar a viver. Sua saúde começara a se deteriorar quando ele fora convocado. O amor que tinha por Vernon e Elvis era tão grande que nunca poderia suportar a perda de qualquer dos dois e muitas vezes comentara que queria ser a primeira a morrer. Para Gladys, ingênua, a Alemanha ainda representava a guerra e o perigo. Nunca fora capaz de compreender que agora prevaleciam condições de paz.

Ele tinha o hábito de ligar para Gladys todos os dias. Fiquei surpresa ao saber que ele nunca passara uma noite fora de casa até o momento em que começara a se apresentar em shows. Ele me contou sobre a ocasião em


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que seu carro pegara fogo na estrada e mal conseguira escapar com vida. Embora estivesse a quilômetros de distância, Gladys sentara na cama abruptamente e gritara seu nome, o que demonstrava como era forte o vínculo intuitivo entre os dois. Sua preocupação com o bem-estar do filho era tão grande que passava as noites sem dormir, quando ele se encontrava em excursão, até que recebia seu telefonema, dizendo que estava bem. Quando fazia o treinamento básico, no Forte Hood, Texas, Elvis alugara uma casa perto da base para Vernon, Gladys e a avó. Senti que a morte da mãe afetara mais que qualquer pessoa poderia compreender plenamente. Ele se culpava por não estar a seu lado quando ela caíra doente e fora enviada para a casa em Menphis, sob cuidados médicos.

Ele descobrira que Gladys andava bebendo para se consolar e receava que isso pudesse se tornar um problema grave. Por mais que a consolasse e garantisse que voltaria para sua companhia dentro de dezoito meses, até mesmo suplicasse que o acompanhasse, o medo de Gladys de perder o filho único a levara à sepultura. A depressão profunda de Elvis pela morte de Gladys fora agravada por seu conflito mental em relação a Dee Stanley, a quem Vernon conhecera na Alemanha. Dee e seu pai haviam se tornado inseparáveis pouco depois da morte de Gladys, cedo demais para o gosto de Elvis. Uma loura atraente, na casa dos trinta anos, Dee estava se divorciando do marido, separada dele e de seus três filhos quando começara a se encontrar com Vernon. A possibilidade do pai sequer conceber em substituir Gladys deixava Elvis transtornado. Ele também tinha dúvidas sobre as intenções de Dee e se eram no melhor interesse de seu pai.

— O que Dee está tentando fazer? — Elvis indagava às vezes, desconfiado. — Transformá-lo no dândi que ele não é? Por que não pode aceitá-lo como ele é? Nunca o vi tão apaixonado. Eles se encontraram num restaurante e trocam bilhetes amorosos durante o dia inteiro.

Meu coração se confrangeu por Elvis naquela noite, enquanto ele confidenciava seus problemas e preocupações. Era um artista de fama internacional, um grande astro, mas apesar disso continuava a ser um homem profundamente solitário.

 
Outra vez a visita pareceu terminar cedo demais. Elvis me deu um beijo de despedida, meu primeiro beijo de verdade. Eu jamais experimentara uma mistura tão intensa de afeição e desejo. Fiquei atordoada, mas presa à realidade em que me encontrava-nos braços de Elvis, minha boca contra a sua. Consciente da minha reação-e da minha juventude — ele tomou a iniciativa de romper o abraço, dizendo:

— Temos muito tempo, menina.

E ele me deu um beijo na testa, despachou-me para casa. Na altura de nosso quarto encontro, papai decidiu.

— Se você quer continuar a se encontrar com Elvis, nós temos de conhecê-lo.

Meus pais estavam tão fascinados pela celebridade de Elvis que se mostravam dispostos a abrir mão de seus princípios. No começo, era conveniente que Currie fosse me buscar e levar em casa, mas agora meus pais indagavam por que Elvis não fazia isso pessoalmente. Acabei dizendo a Elvis, numa noite de sábado:

— Meus pais querem conhecer você. Querem que vá me buscar em casa.

Ele ficou irritado.

— O que isso significa?

— Significa que não posso mais vê-lo se não for me buscar e conhecer meus pais — expliquei, muito nervosa.

Ele concordou... desde que pudesse levar seu pai junto. No dia marcado cumpri a minha rotina habitual, só que em vez de uma hora fiquei pronta duas horas antes. Fiquei parada ao lado da janela, à espera de seu carro, enquanto tocava seus discos, "Old Shep", "I Was the One" e "I Want You, I Need You, I Love You", até que papai gritou da cozinha:

— Tem que tocar esses discos agora? Afinal, o homem estará aqui dentro de poucos minutos e você o verá praticamente durante a noite inteira.

Era de se imaginar que quisessem algum descanso um do outro. Eu estava nervosa. Sabia que papai queria que Elvis fosse me buscar e me levar em casa... e tencionava dizer-lhe isso. Não sabia como papai pretendia


abordá-lo, se planejava se mostrar cordial ou firme... e sabia muito bem como papai podia ser firme e áspero. Esperava pelo pior.

Cerca de uma hora depois o BMW parou diante da casa e Elvis e o pai saltaram. Elvis viera devidamente preparado; usava o seu uniforme a fim de impressionar papai. Sabia que o serviço militar era a ligação entre os dois e tencionava tirar o máximo proveito.

Estava com uma aparência sensacional. Ele tirou o quepe e beijou-me no rosto. Convidei-o e ao pai a entrarem e levei-os para a sala de estar, onde Elvis ficou se mexendo, inquieto, parecendo que não sabia o que dizer, pela primeira vez. Acabou indagando:

— Seus pais estão em casa? — Só pude acenar com a cabeça afirmativamente e ele acrescentou: — Sei que estamos um pouco atrasados, mas eu tinha que ma aprontar direito... e tivemos alguma dificuldade para descobrir o lugar.

Achei engraçado... imagine só, Elvis Presley se desculpando! Já conhecia bastante bem os seus hábitos àquela altura para saber que ele precisava de pelo menos três horas para trocar de roupa, conversar com os amigos, desfrutar uma das vastas refeições da avó e dar alguns autógrafos ao sair. A não ser quando estava trabalhando, ele não se preocupava com horários. Enquanto Vernon se acomodava no sofá, Elvis apontou para os retratos da família na parede e disse:

— Dê uma olhada, papai... aqui está Priscilla com toda a família. Acho que ela parece com a mãe. Não vejo muita semelhança com os irmãos e a irmã... mas também eles ainda são muito pequenos. Não corte os cabelos, Baby. Adoro quando estão compridos assim. Você é uma garota muito bonita. Como é que fui esbarrar com você? Deve ter sido obra do destino. Os últimos comentários foram pronunciados num sussurro, enquanto meus pais entravam na sala. Em vez de dizer "Oi", como faria a maioria dos jovens, Elvis estendeu a mão e disse:

— Como têm passado? Sou Elvis Presley e este é meu pai, Vernon. Parecia-me um absurdo, meus pais sabiam perfeitamente quem ele era, assim como o mundo inteiro. Mas Elvis era o cavalheiro em pessoa. Papai ficou visivelmente impressionado e daquele momento em diante Elvis sempre o tratou de Capitão Beaulieu ou Senhor. Era uma característica de


 
Elvis. Qualquer que fosse a posição de uma pessoa na vida — se médico ou advogado, professor ou diretor de cinema ele raramente a tratava pelo primeiro nome, mesmo quando a conhecia há anos, a não ser que pertencesse a seu círculo íntimo. Ele me explicou um dia:

— É muito simples. As pessoas se esforçaram para chegar onde estão. Os outros devem respeitá-las.

A conversa com meus pais naquela noite foi irrelevante. Elvis comentou que tivera um dia movimentado na "Kaserne", o que levou a uma conversa sobre o serviço militar.

— Para que serviço foi destacado aqui? — perguntou papai, insinuando que era melhor ser algo objetivo, se Elvis queria sair com sua filha.

— Neste momento, senhor, sou basicamente um motorista de jipe da Quarta Blindada, estacionada em Bad Neuheim.

— Pode ser um trabalho difícil nesta época do ano.

— E é mesmo, senhor. Temos algumas noites muito frias. Preciso tomar bastante cuidado. Pego uma amigdalite quando minha resistência diminui, o que não é bom para minha voz.

— Acho que está ansioso em voltar para casa.

— Tem toda razão, senhor. Agora, só faltam cinco meses para concluir o serviço.

Elvis perguntou a meus pais se estavam gostando da Alemanha.

— E muito — respondeu papai. — Planejamos ficar por três anos. Houve um súbito silêncio. Papai convidou os dois para jantar, mas Elvis disse que não tinham tempo. Eu me mantinha em silêncio, observando a apreensão de Elvis e lembrando sua descontração que o tornava cativante. Mamãe estava revisando seu julgamento sobre aquele astro do rock, por quem declarara antes sentir a maior aversão. Percebi que o charme sulista de Elvis a estava conquistando.

Papai explicou finalmente as regras dos Beaulieu. Se queria me ver, Elvis tinha de ir me buscar e levar em casa. Elvis explicou que a noite acabaria num instante se saísse do quartel, fosse para casa, tomasse um banho e trocasse de roupa, viesse a Wiesbanden e voltasse. Haveria algum

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problema se o pai dele viesse me buscar? Papai pensou a respeito por um momento e depois manifestou sua preocupação:

— Quais são realmente as suas intenções? Vamos ser francos. Você é Elvis Presley, tem todas as mulheres do mundo a seus pés. Por que esse interesse por minha filha?

Tanto Elvis como Vernon foram apanhados desprevenidos. Vernon remexeu-se na cadeira, provavelmente pensando: Muito bem, Elvis, quero ver como você vai se sair dessa.

— Acontece, senhor, que gosto muito de sua filha — Respondeu Elvis. — Ela é bastante madura para as garotas da mesma idade e gosto de sua companhia. Não tem sido fácil para mim, longe de casa e tudo mais. Sinto-me um pouco solitário. Acho que se pode dizer que preciso de alguém com quem conversar. Não se preocupe com Priscilla, Capitão. Cuidarei muito bem dela.

A sinceridade de Elvis desarmou papai e encantou mamãe. Juntei-me a Elvis quando ele se levantou, pegou o quepe e disse:

— E agora temos de ir, senhor. É um longo percurso.

Foi imposta uma condição; Elvis deveria me trazer pessoalmente. Ele concordou, garantindo outra vez que eu seria muito bem cuidada, havia uma porção de pessoas de sua família na casa. Poderia ter escarnecido do pedido de papai, mas aceitou a condição de me levar em casa todas as noites. Fiquei emocionada, mas contive o excitamento. Elvis queria mesmo a minha companhia.

Na noite seguinte,quando me levou para casa,Elvis parou o carro diante do prédio. Contou-me tudo o que tinha no coração, como continuaria a fazer pelo resto de nossa permanência na Alemanha. Sentia-se solitário. Não sabia como seria recebido pelos fãs ao voltar aos Estados Unidos. Estava no auge da fama quando ingressara no exército. Gravara dezessete discos que haviam vendido mais de um milhão de cópias e estrelara quatro filmes, todos se tornando sucessos de bilheteria. Ao ser convocado, aventara-se a possibilidade de ele ir para os Serviços Especiais, em que poderia cantar e manter algum contato com o público. Mas o Coronel Parker, seu agente, e a RCA estavam convencidos de que ele deveria servir


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o país como um soldado comum, argumentando que o público respeitaria Elvis como um homem se ele tornasse um simples soldado raso. Agora, Elvis estava com receio de ter perdido o apoio dos fãs.

Enquanto estávamos parados ali, uma das "Fräuleins" que moravam na pensão passou pelo carro. Ela cumprimentou-me e no instante seguinte, ao olhar para Elvis, escancarou a boca, numa expressão de incredulidade.


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domingo, 26 de março de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 1

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amigos fãs de Elvis e seguidores do ELVIS THE MAN O BLOG DO REI DO ROCK

aqui damos inicio ao mais novo trabalho do blog a postagem completa do livro Elvis e Eu um dos livros mais lidos pelos Fãs do REI no brasil no livro Priscilla Presley que esteve casada com o astro de 1967 até 1973 revela detalhes de sua vida ao lado da personalidade mais famosa do planeta,, ELVIS AARON  PRESLEY



ELVIS E EU CAPITULO 1

Era 16 de agosto de 1977, um dia nublado e depressivo, que não era típico do sul da Califórnia. Quando saí de casa, havia uma quietude no ar, uma calma no estranha, que nunca mais experimentei desde então. Quase tornei a entrar, incapaz de reprimir a apreensão. Tinha uma reunião naquela manhã e por volta de meio-dia deveria me encontrar com minha irmã Michelle. A caminho de Hollywood, notei que a atmosfera não mudara. Parecia excepcionalmente silenciosa e depressiva, começara a chuviscar. Ao descer a Melrose Avenue, avistei Michelle parada na esquina, com uma expressão preocupada.

— Cilla, acabei de receber um telefonema de papai — disse ela, no instante em que parei o carro. — Joe vem tentando entrar em contato com você. É alguma coisa com Elvis no hospital.

Joe Esposito era o agente de shows e o braço direito de Elvis. Senti um choque. Se ele estava tentando entrar em contato comigo, então alguma coisa devia estar terrivelmente errada. Pedi a Michelle que pegasse seu carro e me seguisse até em casa. Fiz uma volta em U no meio da rua e voltei para casa a toda velocidade, como uma louca. Todas as possibilidades imagináveis afloraram em minha cabeça. Elvis passara o ano inteiro entrando e saindo do hospital; houvera ocasiões em que nem mesmo estava doente, apenas se internava para descansar, escapar das tensões ou por puro tédio. Nunca por qualquer motivo mais sério.

Pensei em nossa filha, Lisa, que estava visitando Elvis em Graceland e deveria voltar para casa naquele mesmo dia. Oh, Deus, orei, por favor, faça com que tudo esteja bem. Não deixe que nada aconteça, por favor.

Avancei todos os sinais vermelhos e quase bati em uma dúzia de carros. Finalmente cheguei em casa; enquanto entrava pelo caminho,



derrapando, podia ouvir o telefone tocando lá dentro. Por favor, não desligue, supliquei, saltando do carro e correndo para a porta.

— Já estou indo! — berrei. Tentei enfiar a chave na fechadura, mas a mão não parava de tremer. Acabei conseguindo entrar, peguei o fone e gritei:

— Alô? Alô?

Por um instante, escutei apenas o zumbido da ligação interurbana, logo seguida por uma voz débil e abalada:

— Cilla, sou eu, Joe.

— O que aconteceu, Joe?

— É Elvis.

— Oh, Deus, não diga nada!

— Ele está morto, Cilla.

— Não me diga isso, Joe! Pelo amor de Deus!

— Nós o perdemos.

— Não! Não!

Supliquei para que ele retirasse aquelas palavras, mas Joe permaneceu em silêncio. Só depois de algum tempo é que ele repetiu:

— Nós o perdemos...

Ele não pôde continuar e ambos começamos a chorar.

— Joe, onde está Lisa?

— Ela está bem. Ficou com a avó.

— Graças a Deus! Joe, mande um avião me buscar, por favor. O mais depressa possível. Quero ir para casa.

Enquanto eu desligava, Michelle e mamãe, que haviam acabado de chegar me abraçaram e ficamos chorando. Poucos minutos depois o telefone tornou a tocar. Por um instante, esperei por um milagre; estavam ligando para informar que ELVIS ainda estava vivo, que estava tudo bem, que tudo não passara de um pesadelo.

Mas os milagres não passara de um pesadelo.

Mas os milagres não existem e ouvi a voz de Lisa pelo telefone:

— Mamãe, mamãe! Alguma coisa aconteceu com papai!



— Sei disso, Baby — sussurrei. — Já estou indo para aí. Um avião vem me buscar.

— Todo mundo está chorando, mamãe.

Eu me senti impotente. O que podia dizer a ela? Não podia sequer encontrar palavras para confortar a mim mesma. Temi pelo que ela poderia estar ouvindo. Ainda não sabia que o pai morrera.

Só podia lhe dizer, várias vezes:

— Estarei aí o mais depressa possível. Procure ficar no quarto de vovó, longe de todo mundo.

Ao fundo, eu podia ouvir a voz trêmula de Vernon, em murmúrios de agonia:

— Meu filho se foi! Oh, Deus, perdi meu filho!

Felizmente a inocência de uma criança lhe proporciona uma proteção. A morte ainda não era uma realidade para Lisa. Ela disse que sairia para brincar com Laura, sua amiga.

Desliguei e comecei a andar de um lado para o outro, ainda atordoada pelo choque. A notícia logo chegou aos meios de comunicação. Meus telefones não paravam de tocar, com amigos tentando absorver o choque, pessoas da família querendo explicações e a imprensa exigindo declarações. Fui me trancar no quarto e deixei instruções que não queria falar com ninguém, queria permanecer sozinha.

Para dizer a verdade, eu queria morrer. O amor é muito enganador. Embora estivéssemos divorciados, Elvis ainda era uma parte essencial na minha vida. Durante os últimos anos nos tornáramos bons amigos, reconhecendo os erros cometidos no passado e começando a rir de nossas imperfeições. Agora, eu não era capaz de enfrentar a realidade de que nunca mais tornaria a vê-lo vivo.

Elvis sempre estivera ali, ao alcance. Contava com ele, assim como ele contava comigo. Tínhamos um vínculo profundo. Éramos mais íntimos agora, tínhamos mais compreensão e paciência um com o outro, do que durante a vida conjugal. Até falávamos em algum dia... E agora ele estava morto.

Lembrei de nossa última conversa pelo telefone, apenas poucos dias antes. Seu ânimo era o melhor possível e me falou da excursão que o

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ELVIS E EU


coronel, como sempre, espalhara seus cartazes pela primeira cidade do itinerário e que seus discos estavam sendo tocados constantemente, no preparativo para o espetáculo.

— O velho Coronel não é de brincadeira — comentara Elvis.

— Percorremos um longo caminho, mas ele continua a usar a mesma tática antiga. É de admirar que as pessoas ainda estejam comprando.

Eu adorava ouvir Elvis rir, algo que acontecia cada vez menos.

Poucos dias antes desse último telefonema, eu soubera que ele andava deprimido e estava pensando em romper com Ginger Alden, sua namorada. Eu o conhecia bastante bem para saber que não seria uma iniciativa fácil para ele. E se soubesse que aquela seria a última vez que conversaria com ele, eu lhe diria muito mais coisas... as coisas que sempre quisera dizer e nunca o fizera, as coisas que reprimira por muitos anos, porque nunca aparecia a ocasião oportuna.

Elvis fora parte de minha vida por dezoito anos. Quando nos conhecêramos, eu acabara de completar quatorze anos. Os primeiros seis meses que passei em sua companhia foram repletos de ternura e afeição. Ofuscada pelo amor, eu não percebia nenhum dos seus defeitos ou fraquezas. Ele se tornaria a paixão de minha vida.

Elvis ensinou-me tudo: como me vestir, como andar, como aplicar maquilagem e arrumar os cabelos, como me comportar, como retribuir o amor... à sua maneira. Ao longo dos anos, ele se tornou meu pai, marido e quase Deus. Agora ele estava morto e eu me sentia mais sozinha e com mais medo do que qualquer outra ocasião de minha vida.

As horas foram se arrastando lentamente até a chegada do avião particular de Elvis, o "Lisa Marie". Por trás de portas fechadas, fiquei sentada, esperando, lembrando nossa vida em comum — a alegria, a angústia, a tristeza e os triunfos — desde a primeira vez em que ouvi o seu nome.

Era o ano de 1956. Eu morava com minha família na Base Bergstrom, da força Aérea, em Austim, Texas, onde meu pai, então Capitão Joseph Paul Beaulieu, um oficial de carreira estava estacionado. Ele chegou tarde para o jantar e me entregou um disco.



— Não sei de nada sobre esse tal de Elvis, mas deve ser muito especial — comentou ele. — Entrei na fila com metade da Força Aérea para comprar esse disco no reembolsável. Todo mundo está querendo.

Pus o disco na vitrola e ouvi a música de rock de "Blue Suede Shoes". O disco chamava-se Elvis Presley. Era o seu primeiro lançamento.

Como quase todos os jovens dos Estados Unidos, eu gostava de Elvis, embora não com o fanatismo de muitas de minhas amigas na Escola Secundária Del Valley. Todas tinham camisas de Elvis, chapéus de Elvis e meias soquetes de Elvis, além de batons em cores como "Hound Dog Orange" e Heartbreak Pink". Elvis estava em toda parte, nas figurinhas de goma de mascar e em bermudas, em diários e carteiras, em fotografias que brilhavam no escuro. Os garotos na escola começavam a tentar parecer com ele, com os cabelos penteados trás, com muita gomalina, costeletas compridas e golas levantadas.

Havia uma garota tão louca por Elvis que dirigia o seu fã clube local. Ela disse que eu poderia ingressar por 25 cents, o preço de um livro que encomendara para mim pelo reembolso postal. Ao recebê-lo, fiquei chocada ao deparar com uma fotografia de Elvis autografando os seios de duas garotas, um ato sem precedentes na ocasião.

E depois o vi na televisão, no Stage Show, de Jimmye Tommy Dorsey. Ele era sensual e bonito, olhos profundos e meditativos, lábios espichados, sorriso insinuante.

Ele avançou para o microfone, abriu as pernas, inclinou-se para trás e dedilhou a guitarra. Pôs-se a cantar com extrema confiança, remexendo o corpo numa sensualidade desenfreada. Contra a vontade, eu me senti atraída.

Algumas pessoas na audiência adulta não se mostraram muito entusiasmadas. Não demorou muito para que suas apresentações fossem rotuladas de obscena. Minha mãe declarou de forma taxativa que ele era "uma péssima influência sobre as adolescentes". E acrescentou:

— Ele desperta coisas nas moças que deveriam ficar adormecidas. Se houvesse uma marcha das mães contra Elvis Presley, eu estaria na primeira fila.



Mas eu ouvira dizer que Elvis, apesar de sua extravagância e sensualidade no palco, tivera uma rigorosa educação cristã do sul.

Era um garoto do interior que não fumava nem bebia, que amava e honrava os pais e que tratava todos os adultos como "senhor" ou "senhora".

Eu era uma típica filha de oficial da Força Aérea, uma garota bonita e tímida, que jamais se acostumara a mudar de uma base para outra a cada dois ou três anos. Aos onze anos de idade eu já vivera em seis cidades diferentes; com receio de não ser aceita, permanecia retraída ou esperava que alguém tomasse a iniciativa de fazer amizade. Descobria ser especialmente difícil ingressar numa escola no meio do ano, quando os grupos já estavam formados e os novos alunos eram considerados forasteiros.

Uma garota pequena, de cabelos castanhos compridos, olhos azuis e nariz arrebitado, eu era sempre observada pelas colegas. A princípio, as garotas me encaravam como uma rival, receando que eu pudesse tomar seus namorados. Eu tinha a impressão de que me sentia mais à vontade com os rapazes... e geralmente eles se mostravam mais amistosos.

As pessoas sempre diziam que eu era a mais bonita da escola, mas nunca me senti assim. Era magra, quase esquelética; e mesmo que fosse tão atraente quanto diziam, queria ter algo mais que apenas boa aparência. Só com minha família é que eu me sentia totalmente amada e protegida. Afetivos e solidários eles me proporcionavam estabilidade.

Modelo fotográfico antes do casamento, minha mãe se devotava inteiramente à família. Como a mais velha, era minha responsabilidade ajudá-la com os menores. Depois de mim, havia Don, quatro anos mais moço, e Michelle, minha única irmã que era cinco anos mais moça do que Dom. Jeff e os gêmeos, Tim e Tom, ainda não haviam nascido.

Minha mãe era inibida demais para falar sobre as coisas da vida e por isso recebi toda a educação sexual na escola, no sexto ano.

Alguns garotos estavam circulando um livro que parecia a Bíblia por fora, mas quando se abria o que se encontrava eram ilustrações de homens fazendo amor com mulheres e homens fazendo amor entre si.


Meu corpo estava mudando e se agitando com novas sensações. Eu recebia olhares constantes dos rapazes na escola e houve uma ocasião em que uma fotografia minha, numa suéter justa de gola rolê, foi roubada do quadro de avisos da escola. Contudo, eu ainda era uma criança, embaraçada por minha sexualidade. Fantasiava interminavelmente sobre o beijo de língua, mas quando a turma brincava de girar a garrafa eu levava meia hora para permitir que algum rapaz me beijasse de lábios fechados.

Meu pai, forte e bonito, era o centro de nosso mundo. Um homem muito esforçado e determinado, formara-se em Administração de Empresas pela Universidade do Texas. Em casa, mantinha tudo sobre controle. Acreditava firmemente na disciplina e responsabilidade e tínhamos conflitos freqüentes. Quando me tornei animadora de torcida, aos treze anos, não era fácil convencê-lo a me deixar ir aos jogos em outras cidades. Havia ocasiões em que não havia choro, súplicas ou apelos a minha mãe que pudessem fazê-lo mudar de idéia. Quando ele tomava uma decisão, era ponto final.

Eu conseguia envolvê-lo de vez em quando. Quando ele não deu permissão para que eu usasse uma saia justa, ingressei nas bandeirantes, a fim de poder vestir seu uniforme bem justo.

Meus pais eram sobreviventes. Muitas vezes se debatiam com dificuldades financeiras, mas os filhos eram os últimos a sentir.

Quando eu era pequena, minha mãe costurava lindas toalhas de mesa para cobrir os engradados de laranjas que usávamos como mesinhas. Em vez de ficar sem, procurávamos tirar o melhor proveito do que tínhamos.

O jantar era sempre uma atividade de grupo: mamãe cozinhava, um de nós punha a mesa e o resto cuidava da limpeza. Ninguém ficava sem fazer nada, mas éramos sempre solidários uns com os outros. Eu me sentia afortunada por ter uma família tão unida.

Eu me sentia fascinada ao folhear velhos álbuns de fotografias, mostrando meus pais quando eram jovens. Sentia a maior curiosidade pelo passado. A Segunda Guerra Mundial me intrigava, especialmente porque papai lutara com os fuzileiros em Okinawa.

Ele parecia muito bonito de uniforme — dava para se perceber que estava posando para mamãe — mas de certa forma o sorriso dava a
 

impressão de estar deslocado, ainda mais quando se sabia o lugar em que se encontrava. Quando eu lia o bilhete no verso da foto, sobre o quanto ele sentia saudade de mamãe, meus olhos sempre se enchiam de lágrimas.

Vasculhando os guardados da família, deparei com uma pequena caixa de madeira. Lá dentro havia uma bandeira americana, meticulosamente dobrada, do tipo que eu sabia ser dado às viúvas de militares mortos em serviço. Havia também uma fotografia de mamãe enlaçando um estranho, com um bebê em seu colo. No verso, estava inscrito: "Mamãe, Papai e Priscilla". Eu descobrira uma família secreta.

Sentindo-me traída, fui correndo para telefonar para minha mãe, que se encontrava numa festa nas proximidades. Poucos minutos depois estava chorando, enquanto ela me acalmava e explicava que eu tinha seis meses de idade quando meu verdadeiro pai, Tenente James Wagner, um lindo piloto da marinha, morrera num acidente de avião, ao voltar para casa em licença. Dois anos e meio depois ela casara com Paul Beaulieu, que me adotara e sempre me amara como se eu fosse sua própria filha.

Mamãe sugeriu que eu não revelasse a descoberta a meus irmãos. Achava que poderia ser um risco para a intimidade da família, mas o fato é que, quando se tornou conhecido, não teve qualquer efeito sobre os nossos sentimentos. Ela me deu um medalhão de ouro que ganhara de presente de meu pai. Eu adorava esse medalhão e usei-o por muitos anos, fantasiando que meu pai morrera como um grande herói. Em momentos de angústia emocional e solidão, ele se tornara meu anjo da guarda.

Ao final do ano, eu fora indicada para concorrer ao título de Rainha da Escola. Foi minha primeira experiência de política e competição, particularmente difícil porque eu disputava contra Pam Rutherford, minha melhor amiga.

Cada uma tinha um gerente de campanha, que nos apresentava, de casa em casa. Meu gerente tentava persuadir cada pessoa a votar em mim e doar cinco cents ou mais por voto para um fundo da escola. Eu tinha certeza de que a competição poria em risco minha amizade com Pam, que para mim era mais importante do que vencer. Pensei em largar tudo, mas conclui que não poderia decepcionar meus pais ou meus partidários.



Enquanto mamãe procurava um vestido para eu usar na coroação, papai insistia para que eu decorasse o discurso de aceitação do título.

Era o último dia da votação e começou a circular o rumor de que os avós de Pam haviam dado uma nota de cem dólares para a compra de votos. Meus pais ficaram desapontados: não havia possibilidade de entrarem com tanto dinheiro e não o fariam mesmo que pudessem, por uma questão de princípio.

Na noite que anunciaram a vencedora eu vestia uma roupa nova, azul-turquesa, de tule, sem alças, que coçava tanto que me sentia ansiosa em tirá-la. Sentei ao lado de Pan no palanque do enorme auditório da escola. Podia ver que meus pais exibiam expressões felizes e confiantes, mas tinha certeza de que eles acabariam desolados. A diretora avançou para o pódio.

— E agora... — Ela fez uma pausa, a fim de aumentar o suspense. — chegou o momento pelo qual todos esperavam... a culminação de um mês de campanha por nossas duas lindas concorrentes, Priscilla Beaulieu... — Todos os olhos se viraram em minha direção. Eu corei e olhei para Pan. —... e Pam Rutherford.

Nossos olhos se encontraram por um momento breve e tenso.

— A nova Rainha da Escola Secundária Del Valley é ... — Um ressoar de tambores.

—... Priscilla Beaulieu!

A audiência pôs-se a aplaudir freneticamente. Eu estava em choque. Chamada ao palco para fazer meu discurso, fiquei desesperada, porque não tinha nenhum preparado. Tinha certeza de que ia perder, não me dera ao trabalho de escrever alguma coisa. Fui andando até o pódio, trêmula, olhei para o auditório apinhado. Tudo o que podia ver era o rosto de meu pai, cada vez mais desapontado ao perceber que eu nada tinha para dizer. Quando finalmente falei, foi para pedir desculpa.

— Senhoras e senhores, sinto muito — balbuciei. — Não estou preparada para fazer um discurso, já que não esperava vencer. Mas muito obrigada a todos por terem votado em mim. Farei o melhor possível. Uma pausa e acrescentei, olhando para meu pai: — Desculpe, papai.
 

Fiquei surpresa quando a audiência graciosamente aplaudiu, mas ainda tinha de enfrentar o meu pai e ouvi-lo dizer "Eu não falei?"

Ser eleita Rainha da Escola foi uma vitória entre doce e amarga, porque a intimidade que Pan e eu outrora partilhávamos acabou. De qualquer forma, a coroa simbolizava um sentimento desconhecido e maravilhoso: a aceitação.

Minha tranqüilidade recém-encontrada terminou abruptamente quando meu pai anunciou que estava sendo transferido para Wiesbaden, na Alemanha Ocidental. Fiquei desesperada. A Alemanha era no outro lado do mundo. Todos os meus medos voltaram. Meu primeiro pensamento foi: O que vou fazer com meus amigos? Falei com mamãe, que se mostrou compreensiva, mas lembrou que estávamos na Força Aérea e a mudança era uma parte inevitável de nossas vidas.

Concluí a primeira parte do curso secundário, Jeff nasceu e nos despedimos dos vizinhos e amigos. Todos prometeram escrever ou telefonar, mas eu sabia que isso dificilmente aconteceria, pois recordava promessas similares anteriores. Minha amiga Ângela me disse, em tom de brincadeira, que Elvis Presley estava fazendo o serviço militar em Bad Neuheim, Alemanha Ocidental.

— Já pensou nisso? Você estará no mesmo país que Elvis Presley. Examinamos um mapa e descobrimos que Bad Neuheim ficava perto de Wiesbaden. E comentei:

— Vou até lá para conhecer Elvis.

Nós rimos, nos abraçamos e despedimos. O vôo de quinze horas para a Alemanha Ocidental pareceu interminável, mas finalmente chegamos à linda e antiga cidade de Wiesbaden, sede da Força Aérea dos Estados Unidos na Europa. Fomos nos hospedar no Hotel Helene, um prédio enorme e venerável na rua principal. Depois de três meses, a vida no hotel estava muito cara e começamos a procurar uma casa para alugar. Tivemos sorte de encontrar um apartamento grande num prédio clássico, construído muito antes da Primeira Guerra Mundial. Mudamos logo depois e notamos que todos os outros apartamentos estavam alugados para moças solteiras. As "Fräuleins" andavam durante o dia todo em roupões e negligês e à noite


se vestiam a capricho. Assim que aprendemos um pouco de alemão, compreendemos que, embora a pensão fosse bastante discreta, estávamos vivendo num bordel.

Era impossível mudar, pois havia uma escassez de moradias. Mas o local em nada contribuiu para meu ajustamento. Não apenas estava isolada das outras famílias americanas, mas também havia a barreira da língua. Já estava acostumada a mudar de escola com freqüência, mas um país estrangeiro apresentava problemas inteiramente novos — e o principal era o fato de não ter ninguém com quem pudesse partilhar meus pensamentos. Comecei a sentir que minha vida parara por completo. Setembro chegou e as aulas começaram. Mais uma vez eu era a garota nova. Não era mais popular e segura como me sentira na Del.

Havia um lugar chamado Eagles Club, onde as famílias dos militares americanos costumavam fazer refeições e se encontrar socialmente. Dava para ir a pé da pensão e logo se tornou uma descoberta importante para mim. Todos os dias, depois das aulas, eu ia à lanchonete que havia ali, ficava escutando a vitrola automática e escrevia cartas para minhas amigas em Austin, dizendo como sentia saudade de todo mundo. Desmanchando-me em lágrimas, gastava a minha mesada tocando as músicas mais populares nos Estados Unidos, como "Venus", de Frankie Avalon, e "All I Have to Do Is Dream", dos Everly Brothers.

Numa tarde quente de verão eu estava sentada ali com meu irmão Don quando notei um homem bonito, na casa dos vinte anos, que não tirava os olhos de mim. Já o vira me observando antes, mas nunca lhe prestara qualquer atenção. Desta vez, porém, ele se levantou e aproximou-se de mim. Apresentou-se como Currie Grant e perguntou meu nome.

— Priscilla Beaulieu— respondi, imediatamente desconfiada, pois ele era muito mais velho.

Ele perguntou de que lugar dos Estados Unidos eu vinha, se estava gostando da Alemanha e se apreciava Elvis Presley.

— Claro — respondi, rindo. — Quem não gosta dele?

— Sou grande amigo de Elvis. Minha mulher e eu estamos sempre indo à casa dele. Não gostaria de nos acompanhar uma noite? Despreparada para um convite tão extraordinário, eu me senti ainda mais


cética e cautelosa. E declarei que teria de pedir permissão a meus pais. Durante as duas semanas seguintes Currie conheceu meus pais. Ele estava também na Força Aérea e papai verificou suas credenciais, descobrindo que conhecia seu comandante. Isso pareceu romper o gelo entre os dois. Currie garantiu a papai que eu seria devidamente vigiada quando visitássemos Elvis, que vivia numa casa perto da base, em Bad Neuheim.

Vasculhei meu armário na noite marcada, tentando encontrar uma roupa apropriada. Nada parecia bastante elegante para um encontro com Elvis Presley. Acabei escolhendo um vestido branco e azul, sapatos e meias brancas. Contemplando-me no espelho, achei que estava atraente, mas estava convencida de que não causaria qualquer impressão em Elvis, já que tinha apenas quatorze anos.

Currie Grant apareceu às oito horas, em companhia de sua atraente esposa, Carole. Ansiosa, mal falei com qualquer dos dois, durante a viagem de carro de 45 minutos. Entramos na cidadezinha de Bad Neuheim, com suas ruas estreitas, calçamento de pedras, casas feias e antigas. Eu me mantinha atenta, à espera de avistar o que presumia ser a enorme mansão de Elvis. Em vez disso, Currie parou o carro diante de uma casa de aparência comum, de três andares, com uma cerca de madeira branca. Havia uma placa em alemão no portão que avisava:

AUTÓGRAFOS SOMENTE ENTRE SETE E OITO HORAS DA NOITE.

Embora já passasse de oito horas, havia um grupo grande de moças alemãs por ali, expectantes. Quando interroguei Currie a respeito, ele explicou que sempre havia muitas fãs na frente da casa, esperando por um vislumbre de Elvis.

Segui Currie pelo portão e subimos pelo pequeno caminho até a casa. Fomos recebidos por Vernon Preley, o pai de Elvis, um homem alto, atraente, de cabelos grisalhos, que nos levou por um corredor comprido até a sala de estar, de onde eu podia ouvir Brenda Lee na vitrola, cantando "Sweet Nothin's".

A sala simples, quase insípida, estava cheia de pessoas, mas avistei Elvis no mesmo instante. Era mais bonito do que parecia nos filmes, mais
 

jovem e com uma aparência mais vulnerável, os cabelos bem curtos de soldado. Estava à paisana, com uma suéter vermelha e calça castanha amarelada, sentado com a perna por cima do braço de uma poltrona grande, com um charuto pendendo dos lábios.

Quando Currie me levou em sua direção, Elvis levantou-se e sorriu.

— Ora, ora, o que temos aqui? — disse ele.

Não falei nada. Não podia. Só tinha condição de fitá-lo fixamente.

— Elvis — disse Currie — esta é Priscilla Beaulieu. A garota de quem lhe falei.

Trocamos um aperto de mão e ele disse:

— Oi. Sou Elvis Presley.

Depois, houve um silêncio entre nós, até que Elvis convidou-me a sentar a seu lado e Currie afastou-se.

— Está na escola? — perguntou Elvis.

— Estou.

— E está no começo ou no final da escola secundária?

Corei e não respondi, não querendo revelar que estava apenas no nono ano.

— E então? — insistiu Elvis;

— Estou no nono.

— Ele ficou confuso.

— Nono o quê?

— Nono ano — balbuciei.

— Nono ano! — exclamou ele, rindo, — Ora você não passa de uma criança!

— Obrigada — respondi, bruscamente, pois nem mesmo Elvis Presley tinha o direito de falar assim.

— Parece que a garotinha não é fácil — comentou ele, rindo de novo, divertido com a minha reação.

Elvis me presenteou com o seu sorriso encantador e todo o meu ressentimento se derreteu.

Conversamos mais um pouco. Depois, Elvis levantou-se, foi para o piano e sentou-se. A sala ficou em silêncio. Todos os olhos se fixaram nele. Elvis cantou "Rags to Riches" e "Are You Lonesome Tonight?" e depois, com
 
amigos cantando em harmonia,"End of the Rainbow". Também ofereceu uma interpretação de Jerry Lee Lewis. Martelando as teclas com tanta força que um copo com água que pusera em cima do piano começou a escorregar. Quando Elvis pegou-o, sem perder uma nota da canção, todos riram e aplaudiram — menos eu. Estava nervosa. Olhei ao redor e vi um pôster intimidativo, em tamanho natural, de Brigite Bardot semi nua, preso na parede. Ela era a última pessoa que eu queria ver, com seu corpo sedutor, lábios espichados e cabelos desgrenhados. Imaginando o gosto de Elvis em mulheres, eu me senti muito jovem e deslocada.

Levantei os olhos e deparei com Elvis tentando atrair minha atenção. Percebi que quanto menos reação demonstrava, mais ele passava a cantar só para mim. Mas não podia acreditar que Elvis Presley estava tentando me impressionar.

Mais tarde, ele pediu-me que o acompanhasse até a cozinha, onde me apresentou à sua avó, Minnie Mae Presley, que estava no fogão, fritando bacon numa enorme panela. Sentamos à mesa e eu disse a Elvis que não estava com fome. Na verdade, sentia-me nervosa demais para comer.

— Você é a primeira garota dos Estados Unidos que encontro em muito tempo — disse ele, enquanto começava a devorar o primeiro de cinco imensos sanduíches de bacon, todos com mostarda.

— Quem é que a turma por lá está ouvindo?

Soltei uma risada.

— Está brincando? Todo mundo ouve você!

Elvis não ficou convencido. Fez-me uma porção de perguntas sobre Fabian e Ricky Nelson. Comentou que estava preocupado com a aceitação das fãs quando voltasse aos Estados Unidos. Como estava ausente há algum tempo, não aparecia em espetáculos públicos nem em filmes, embora tivesse cinco músicas nas paradas de sucesso, todas gravadas antes de sua partida.

Parecia que mal começáramos a conversar quando Currie entrou na cozinha e apontou para o relógio. Eu receara aquele momento; a noite correra muito depressa. Parecia que acabara de chegar e agora já tinha de ir embora. Elvis e eu mal começávamos a nos conhecer. Sentia-me como a cinderela, sabendo que toda a magia terminaria quando soasse o toque de


ELVIS E EU

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recolher. Fiquei surpresa quando Elvis perguntou a Currie se eu poderia permanecer por mais algum tempo. Currie explicou o acordo com meu pai e Elvis sugeriu então que eu poderia voltar outro dia. Embora fosse a coisa que eu mais queria no mundo, não acreditava que pudesse acontecer. O nevoeiro era tão denso na auto-estrada, durante a volta a Wiesbaden, que só cheguei em casa às duas da madrugada. Meus pais estavam acordados e quiseram saber tudo o que acontecera. Contei que Elvis era um cavalheiro, muito divertido, cantara para os amigos, eu adorara a noite.

No dia seguinte, na escola, eu não consegui me concentrar. Os pensamentos fixavam-se exclusivamente em Elvis. Tentei recordar todas as palavras que ele me dissera, cada canção que cantara, cada expressão em seus olhos ao me fitar. Reconstituí interminavelmente nossa conversa. Seu charme era fascinante. Não contei a ninguém. Quem poderia acreditar que eu estivera com Elvis Presley na noite anterior?



CONTINUA,,,,,,,,,,,

 
 
 





 
 
 

quarta-feira, 22 de março de 2017

LIVRO ELVIS WHAT HAPPENED? CAPITULO FINAL



LIVRO ELVIS WHAT HAPPENED? CAPITULO FINAL

e aqui chegamos ao capitulo final do livro mais polemico do Blog Elvis The Man, muitos pensaram que este livro já mais seria postado aqui em sua totalidade mas se enganaram tudo o que eu me ponho há começar eu faço questão em terminar levou um bom tempo é verdade por problemas pessoais e também problemas que este livro me causou fui acusado das piores coisas falso fã de querer me aproveitar das coisas que o livro diz para trazer visibilidade para meu blog mas eu não preciso disso eu sei da luta que faço todos os dias e do valor de meu trabalho, mas isso não vem ao caso o que importa é que o livro agora esta completo e eu cumpri minha palavra e espero que todos tenham uma boa leitura,,,,,,

ASS DIEGO ELVIS


ELVIS O QUE ACONTECEU?

Era manhã de 13 de Julho de 1976, e Sonny
West estava no escritório do seu dentista
em Memphis. Red West estava no
escritório de um investigador particular
discutindo um processo que havia sido
interposto contra Presley. Dave Hebler
estava na piscina do "Hotel Travel Lodge,"
perto do Aeroporto de Memphis.
Judy, minha esposa me ligou, diz Sonny, e
me disse que "Vernon Presley" tinha ligado
para o "Hotel Travel Lodge" querendo falar
comigo sobre "um assunto muito
importante." Eu liguei para o "Sr. Presley"
do escritório do dentista. Ele estava em
Graceland. Ele disse que gostaria de me ver
pessoalmente. Eu lhe disse que era "um
homem adulto" e poderia lidar com
qualquer coisa que ele poderia me dizer por
telefone.
A voz de Vernonon Presley baixou e ele
disse "bem as coisas não têm ido muito

bem, e bem,vamos ter que cortar nas
despesas e vamos ter que deixar algumas
pessoas de fora."
Vernon Presley disse: "Sim, eu receio, que
haverá outros de fora também,
infelizmente." Sonny perguntou quem eram
os outros, mas Vernon se recusou a
responder, acrescentando que ele preferia
dizer a eles pessoalmente.
Atordoado, Sonny voltou para o hotel e
assistiu melancolicamente fora do seu
quarto de hotel seu jovem filho "Bryan" e
sua linda esposa sentandos perto da
piscina. Ele se perguntava como ele faria
para dar a notícia a ela. Sonny chamou
Dave e deu a a notícia para ele. Dave
respondeu que ele também tinha sido
chamado para ver Vernon. Parecia que ele
estava indo para ser despedido também, e
isso se "materializou" cerca de uma hora
mais tarde. Red foi chamado no quarto de
Sonny logo depois. Sua voz estava triste.
"Eu fui demitido, cara." Isso completou as
demissões de Sonny, Red e Dave.
Vernon Presley disse a todos eles que foi
por "razões econômicas." Mas os rapazes

acreditam que a execução aconteceu por
um "capricho" de Elvis Presley. "Mas o que
nos deixou mais "putos." disse Red, foi que
depois de todos esses anos que eu tinha
estado com ele, ele nunca teve tempo para
me dizer isso pessoalmente. Ele acabou de
nos demitir e pediu para o Pai dele fazer.
Isso foi cruel, "Cara."
Não foi tanto a "perda do trabalho" que
magoou os rapazes. "Foi que," diz Sonny,
nós acreditavamos, que Elvis nos amava,
que ele realmente nos amava. Nós
sabíamos que ele se comportou muito
"descontroladamente" e sabíamos que ele
poderia ter um "temperamento ruim," mas
nos acreditavamos que por baixo de tudo
isso, ele "nos amava" e nós amamos ele e
que nós eramos parte de uma família. "Isso
é o que mais dói."
Red, disse que no passado tinham oferecido
fortunas para ele escrever um livro sobre
Elvis, mas ele sempre recusou. Mesmo
quando tinhamos tido nossas "explosões de
raiva," eu nunca teria considerado isso. Nós
éramos como irmãos, "cara." Mas no final,
ele só provou que nós não significamos
nada para ele.

ELVIS O QUE ACONTECEU?

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Dave Hebler, quando recebeu o choque de
ser demitido, disse que estava aliviado. "No
passado," eu poderia ter começado com a
minha própria vida e não ter me amarrado
aos "caprichos e humores de outro ser
humano." Mas, francamente, a pior parte
de tudo isso foi contar para a minha mãe.
Ela como "muitas outras mães," acredita
que Elvis era um homem temente a Deus e
um bom cristão, que não fumava e não
bebia. "Ela é a única que vai levar um
choque quando ler isto, e por isso que eu
sinto muito."
Todos os três, apesar de sua "amargura
óbvia sobre a demissão" e a "compreensão
de que Presley não sentia nada por eles,"
rezam e esperam que Presley vai ler o livro
e chegar a uma "percepção" de que sua vida
está levando-o para o caminho do desastre.
"Ele vai ler," diz Sonny, "e ele vai ficar
pulando de raiva, porque ele sabe que cada
palavra que nós falamos aqui é verdadeira,
e nós vamos fazer um teste no detector de
mentiras para provar isso."
"Mas somente isso" talvez vai fazer algo de
bom, se ele puder "perceber" o que ele está

fazendo para si mesmo. Dadas as
circunstâncias, teria sido quase impossível
para um homem como Presley, dado a sua
experiência, para vir a vida sem ter a sua
estabilidade de existência ameaçada.
Pobres crianças sujas não crescem em uma
cidade de barracos e se tornam milionárias
antes que eles completem "vinte e um anos
de idade" todos os dias da semana. Presley
foi um caso "clássico" que "teve muito" em
pouco tempo.
Red, sente que se sua mãe tivesse vivido,
ela teria trazido um sentido para a vida de
Presley, que ele parece sentir tanta falta. Se
ele ainda fosse casado com Priscilla, a
mesma coisa poderia ter acontecido.
Presley, um dos homens mais
"glamourosos do mundo," hoje, é um
homem muito solitário. "Isso é um pouco
triste," diz Red. "Todo esse dinheiro, todas
as casas e todo o conforto, e ainda Elvis não
sabe se ele tem um amigo verdadeiro no
mundo." "Ele não sabe se as pessoas que
estão ao redor dele estão lá por dinheiro ou
por causa dele." Eu o amava, mas agora ele
não me tem.

Três meses depois das demissões, um
homem chamou os rapazes perguntando se
eles aceitavam colocar tudo isso para fora
escrevendo um livro sobre Presley. Os
rapazes se recusaram. No dia seguinte, Red
ligou para Graceland e falou com "Charlie
Hodge," que lhe disse que Presley fez
"besteira."

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LIGAÇÃO DE ELVIS PARA RED

Às sete da manhã do dia seguinte, "um
Presley com uma voz chorosa" ligou de um
Hotel em Hollywood para Red. A conversa
foi assim:
PRESLEY: O que você está fazendo, cara?
RED: Eu acabei de acordar.
PRESLEY: Eu estava apenas em uma
dessas farras cantando. Eu tenho duas
novas guitarras e estou cantando pra
caramba ..Estou assistindo "little kids
marvel." Eu estou sozinho..Linda está em
Los Angeles, ela está mudando de
apartamento. Nós tivemos naquele
apartamento, e as pessoas acharam que eu
estava morando lá, então o dono aumentou
duas vezes o preço do aluguel. Ela agora
tem um adequado na parte de baixo da rua.
"Charlie" (Hodge) me contou sobre a
conversa que todos vocês tiveram, eu acho
que eu devo uma explicação, 

RED: Eu gostaria que você tivesse vindo até
mim para me dizer.
PRESLEY: Você não faz uma coisa como
essa sem um motivo, isso é negócio do meu
Pai.
RED: Não, não é.
PRESLEY: Eu estava recebendo um monte
de excesso de pressão ..você sabe essa coisa
do racketball? [A empresa que ele entrou]
duas quadras por "um milhão e trezentos
mil dólares." Meu entendimento era que
nós iriamos apenas usar o meu nome. E
isso é tudo, esse foi o contrato que eu
assinei. Eu fiz isso como um favor para o
"Dr. Nick" [Nichopoulosl e "Joe"
[Espositoj. Eu só estou tentando dizer
algumas das coisas que levaram a isso...Eu
estava tão errado sobre "Dave Hebler."
Apenas uma coisa ruim da minha parte. Ele
foi muito fraco e sorrateiro. Ele odiava
todos vocês e todos os outros e eu continuei
escutando essa merda. Isso somente
queimou os meus ouvidos sobre esses
malditos processos, você sabe como são os
advogados. Havia "seis processos" em dois
anos. Eu não sei se você ouviu isso, mas

eles estavam tentando provar que nós
somos loucos.Estou falando de algumas
"pessoas influentes" que estavam
verificando os relatórios dos psiquiatras.
Eles estavam tentando provar que somos
loucos, o grupo inteiro.
RED: Eu não podia acreditar. Você estava
fora da cidade. Seu pai nos chamou e falou
sobre o "corte das despesas" e dando-nos
uma semana de aviso prévio. Eles dão duas
semanas para os trabalhadores chineses.
PRESLEY: Eu não sabia nada sobre isso,
fiquei sabendo a coisa de uma semana.
RED: "Minha bunda caiu," pra começar. Eu
estou um pouco magoado
PRESLEY: Bem, eu posso ver isso. Você
sabe que a minha maldita voz esta tão
fraca. Eu faço "J.D. Sumner" soar como um
tenor. Meus dedos estão com bolhas. Eu
não estou operando em um único cilindro.
Bem, você sabe, o que aconteceu foi uma
combinação de um monte de coisas que.
.Isso foi como uma queima de fusível. E
perder de vista um monte de coisas.
Especialmente você, sua família e tudo.
RED: Isso foi insensível, cara.

ELVIS: Eu amo Pat (a mulher de Red).
Você tem uma boa família e tudo.
RED: Talvez às vezes eu superprotegi você.
Você tem problemas.
PRESLEY: Bem, você sabe o que é. É como
aquele cara velho disse em "Cool Hand
Luke", "uma falha de comunicação."
RED: Nós com certeza não tivemos "muita
comunicação no último ano" ou desta
maneira.
PRESLEY: Como eu disse, isso foi apenas
uma série de coisas. Se eu pudesse colocálos
para fora para você, um por um, eu
poderia mostrar-lhe as razões do
separatismo ..Meu pai estava
doente...quase morto. Minha família está
enfiada em todos os lugares dos Estados
Unidos. São esses malditos advogados com
esses processos judiciais que estão fazendo
tempestade em copo d'água.
RED: Nós tivemos alguns momentos
difíceis. Todo mundo depois chutou nossa
bunda.
PRESLEY: Isso é o que quero dizer. Alguns
ficam de fora...ou acha que eles ficam. O

que eles tentam fazer é estabelecer um
padrão de loucura e violência. Como eu fiz
atirando naquela lâmpada lá.
VERMELHO: Onde foi isso?
PRESLEY: No Hotel Hilton com a mira de
uma pistola 22.
RED: Bem, nós somos conhecidos como o
"Bando dos Selvagens."
PRESLEY: Sim, os bons e velhos tempos
ainda são um fato.
RED: Mas a diversão foi embora.
PRESLEY: A diversão deixou de existir. Eu
não podia apontar isso. Eu não podia
localizá-lo. . essas malditas quadras de
racketball. Duas quadras por meio milhão
de dólares cada uma.
RED: Isso é demais.
PRESLEY: Que merda, cara. . o pobre Joe
teve que hipotecar a casa da mãe dele para
conseguir o dinheiro. Isso é o que ele teve
que fazer. Bem, eu fiquei estressado. Isso
começou meio inocente, foi me dito uma
coisa, como se eu não tivesse que colocar
uma moeda de dez centavos. Eu não

precisava dar dinheiro nem nada. Bem,
então o contrato foi assinado. Eu falei com
papai sobre isso só depois que ele saiu do
hospital. Nós conversamos durante um
tempo se isso poderia ajudar Joe e Nick,
então eles poderiam usar o meu nome
porque eu não podia me beneficiar com
nada daquilo lá. Ontém eu falei com meus
advogados sobre o racketball. O que
poderia acontecer é que nós estaríamos
fora, e eles começaram a bater-me para
"dez mil, mil." Bem, eu pensei porque vocês
estão pedindo esse dinheiro? Eles vieram
em turnê, fingindo estar interessado em
livros de numerologia. . Tudo se encaixa
agora...Isso significa que eles queriam que
eu desse "oitenta mil dólares." Eu disse
para quê? Disseram-me para um secretário.
RED: Porra, esses secretários, eles têm uma
ligação ou algo assim?
PRESLEY: Eu disse como diabos um
secretário vai custar oitenta mil dólares? Eu
não queria esmagar os sonhos deles. Eu
tentei agarrar isso com eles lá, você sabe.
Eles tinham todos estes cartões e essas
merdas impressas.O presidente do
conselho começou com "Presley Centro de

ELVIS O QUE ACONTECEU?

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Quadras de Racketball" e alterou para
"Elvis Presley Centro de Quadras de
Racketball" sem me perguntar nada.
RED: Mas o velho Red estava fazendo seu
trabalho.
PRESLEY: Eu não estou usando isso como
um exemplo. Eu estou apenas dizendo a
você. O que começou como uma amizade e
um favor transformou-se em um projeto de
"um milhão e trezentos mil dólares." Você
percebe quanto tempo seria necessário para
obter algum lucro? Esses empreiteiros são
empresários de sangue-frio. Eu estou no
processo de sair fora disso. Você sabe que
eu não me importo muito com racketball.
RED: Eu acho que toda essa pressão foi o
que levou ao nosso fim. Isso foi um choque.
Nós estamos todos quebrados. Eu vendi
minha casa. Eu odiei fazer isso.
PRESLEY: Você vendeu sua casa?
RED: Oh, sim, eu vendi minha casa, odiei
fazer isso. Isso foi um tempo ruim para
todos.
PRESLEY: Bem, acho que nunca existiu
realmente bons tempos. Também foi ruim

para mim. Eu não fiquei muito tempo fora
do hospital para começar a rolar isso. Meu
pai, eu quase o perdi. Ele é meu pai,
independentemente de qualquer coisa.
RED: Eu entendo, mas se eu tivesse
escutado de você, teria sido mais fácil de
entender.
PRESLEY: Bem, eu não faço negócios e
coisas dessa natureza, eu não faço isso.
RED: Você quer dizer sobre ter demitido
nós e tudo?
PRESLEY: Sim, eu tive que ir para Palm
Springs, analisar e ponderar. .as malditas
quadras de racketball. Eu ainda estou
vendo pequenas bolas distorcidas. Mas
Charlie estava dizendo. .Charlie falou com
você e você pensou que eu estava na linha
escutando. Eu estava na casa de papai
mostrandoa a ele todas essas cifras. Se eu
queria ouvir alguma coisa da conversa de
vocês, eu não faria isso. Eu faria de outra
forma.
RED: Você sabe como todo mundo fica
paranóico.

PRESLEY: Ah, claro, é como olhar por cima
do ombro e não saber o que diabos é isso,
independentemente do que seja. Como está
Pat as crianças e as coisas?
RED: Aguentando até eu conseguir alguma
coisa.
PRESLEY: Eu fiquei muito desiludido com
Hebler. Ele é falso e me contou coisas
terríveis.
RED: O que ele fez?
PRESLEY: Ele dizia coisas pequenas para
mim, coisas que ele odiava. Ed Parker me
disse para mantê-lo a distância. Isso
continou assim durante uns dois anos.
RED: Eu não sei do que você está falando.
PRESLEY: É difícil de explicar. Eu não
acho que ele gostava de ninguém do nosso
grupo. Eu acho que eu me tornei uma nota
de um dólar para ele. No processo, ele
perdeu a visão do "Elvis humano." Isso
pode acontecer facilmente. Foi o que
aconteceu, cara. Eu me tornei um "objeto,"
não uma "pessoa." Eu não sou uma
"marca," eu não sou aquela "foto na
parede" eu sou eu mesmo. Você está tão

errado em uma coisa e não ficar paranóico.
Eu estou falando com você como um amigo
em uma linha "privada" e não há nenhuma
alma aqui. Eu não estou "fodido" de
maneira nenhuma, pode ter certeza. Eu
nunca estive em melhor condição na minha
vida.
RED: Você está muito fodido. Isso é o que
eu estou falando, e você sabe muito bem em
que.
PRESLEY: Bem, eu tive um divórcio, você
sabe, você estava lá. Essa coisa do
casamento. (Referindo-se a queixa de Red
que ele não foi convidado para seu
casamento com Priscilla), eu não tive nada
a ver com isso. Que estava totalmente
pressionado. Eu nem mesmo sabia que
estava lá naquela pequena sala antiga do
tamanho de um banheiro com um Juiz da
Suprema Corte de Justiça. Isso foi feito tão
rápido que eu não sabia que eu era casado.
Eu vi isso naquela época, mas não foi culpa
minha. Eu não tive nada a ver com isso.
você sabe. De repente eu estava casado.
Quando você passa por isso, você mantem
sua mente na coisa.

ELVIS O QUE ACONTECEU?

RED: Vamos para a mais recente dupla,
três anos. Vamos enfrentar isso, você não
se divertiu..
PRESLEY: Eu gosto do meu trabalho.
RED: Eu sei disso, mas e o resto do tempo?
PRESLEY: Nós tivemos um tempo muito
bom em Vail.
RED: Eu sei que tivemos.
RED: Nós sempre estávamos preocupados
com você. Nós estávamos preocupados com
você, tomando essas coisas.
PRESLEY: Você estava "tão preocupado
comigo" que se virou contra mim e está
tentando me magoar, Você vê, eu sei o que
é isso.
RED: Bem, isso foi depois de você me
magoar. Você magoou muito ruim a mim e
a minha família. Você nos deixou de fora na
indiferença, então não vamos falar sobre eu
magoar você.
PRESLEY: As coisas passam se você não
sabe.
RED: Tudo o que eu sei é que eu fui
deixado de fora na indiferença.

PRESLEY: Tudo o que sei era que tinha
sido criado muitos atritos no grupo, as
vibrações eram tão ruim, as pessoas
ficaram assustadas com as mudanças e não
queria mudar e tudo, então quem sabe o
que diabos eles estavam ouvindo e falando.
Eu só sei que isso foi muito, muito tenso.
Uma situação que poderia ter sido divertida
e relaxada, alguma coisa deu errado, e essa
coisa de racketball e tudo o mais e todas as
coisas pessoais. Era um fato que tinhamos
que cortar nas despesas.
RED: Você faz o que você tem que fazer.
Você poderia ter cortado outra pessoa. Eu
pensei que de alguma maneira eu era
importante para a organização, e eu estou
feliz que eu descobri que eu não sou. Eu
ainda tenho um pouco de vida. Eu vou
aproveitá-la.
PRESLEY: Ah, sim .,Isso foi apenas uma
situação infeliz. É só agora que isso
começou a ficar com um pé para trás. Meu
pai perdeu quase 15kg.. Acho que agora ele
está de volta aos 68kg. Isso me chocou e me
matou de susto. Porque você sabe como me
sinto, Porque você sabe como você se sentiu
sobre o seu pai. 'Suspeitas foram lançadas

sobre o grupo ..eu não conseguia descobrir
a fonte embora." Assim como aquela
música que fizemos juntos, "Nós Não
Podemos Continuar Juntos" ou como a
música "Mentes Suspeitas". Talvez eu tenha
feito isso bruscamente "Primeiro eu quero
admitir que fiz isso sem pensar," Você sabe
que Sonny não estava por perto. Não tenho
nada contra Sonny. Hebler tentou
intimidar do jeito dele, através de tudo com
a tática dele de assustar alguns desses caras
jovens. Eles fariam perguntas e como eles
nunca receberiam uma resposta direta. Eles
foram recusados.em cada esquina. Eu senti
que eu deveria falar com você e deixá-lo ver
o meu lado.
RED: Eu agradeço. Isso é o que eu gostaria
que tivéssemos feito primeiro. Talvez eu
poderia ter entendido um pouco melhor. O
que está feito está feito. Desejo-lhe toda a
sorte e espero que você fique onde você está
para mais de quarenta anos.
PRESLEY: Eu estou trabalhando nisso.
RED: Você tem de ficar saudável, Elvis, faz
muito tempo que você não está saudável.

PRESLEY: Oh, sim, eu estou. Eu só fiquei
com um físico perfeito da cabeça aos pés,
nas últimas três semanas. Uma dequelas
coisas que é exigida pelo "Lloyds" de
Londres. Aquela coisa que eu tinha, de
"obstrução intestinal," se corrigiu. Eu fiz
uma dieta líquida estranha. Aquele grande
intestino lá embaixo tem que ter massa, eu
fiz vinte dias de dieta, e ouvi dizer que foi
outro erro. Acontece que o intestino grosso
não tinha nada para trabalhar, assim como
resultado, parou de funcionar. "Eu
continuo ouvindo essa merda sobre eu ser
gordo e de meia-idade."
RED: Não, não, você come muito, mas você
não é gordo, você pode dizer que algo
estava errado, alguma coisa dentro estava
errado. Quando eu tentei falar com você
sobre isso, você ia ficar louco, você não
queria ouvir. Nós estávamos preocupados
com isso.
PRESLEY: Você sabe, eu pensei que eu
tinha dito a vocês que era a parte inferior
do intestino. Eu deveria passar por uma
cirurgia e tomar parte disso fora. Isso
estava me esgotando psicologicamente,
porque eu não sabia o que era.

RED: Bem, eu estou feliz que está tudo
esclarecido. Eu realmente estou.
PRESLEY: essa loucura tem sido
esclarecida faz muito tempo. Isso foi
apenas uma falha de comunicação. O que
tivemos foi uma falha de comunicação.
Como aquela música de Roy Hamilton fez.
"Entendimento Resolve Todos Os
Problemas."
RED: Nós não tivemos muito entendimento
lá.
PRESLEY: Eu não sei se foi você ou eu, ou
se isso estava vindo de outra pessoa...você
sabe, "vibrações negativas."
RED: Eu não estou nessa coisa psíquica.
PRESLEY: Eu não sou qualquer um, mas
eu sei que estamos constantemente
enviando e recebendo o tempo todo. Eu
podia sentir as coisas negativas, mas eu não
podia identificar exatamente o que era. Eu
só cheguei em um ponto de ebulição,
esperava que você poderia entender isso.
Era uma coisa temporária. Isso é o que era.
Eu não sinto que eu poderia me comunicar
com ninguém. Eu me senti terrivelmente
sozinho, você sabe, como o número oito. A

única coisa que diz que eles são
intensamente sozinhos nos seus corações.
Por esta razão, eles sentem que eles se
sentem solitários, mas na realidade eles
têm corações quentes em direção aos
oprimidos. Mas eles escondem seus
sentimentos na vida, mas do que eles
desejam. Bem, eu sou pessoa de número
oito e você também.
RED: Isto foi solitário, cara. Eu posso dizer
tudo para você.
PRESLEY: Bem, eu posso ver isso. Talvez
eu estivesse ausente e ouvindo muito
rápido..Me irritou quando você estava
falando com Charlie e disse que eu estava
todo fodido. Eu não estou. Eu tenho uma
filha e uma vida. "Que proveito tem o
homem ganhar o mundo e perder a sua
alma?" Eu adoro cantar ..desde que eu
tinha dois anos. Nós estávamos sentados
aqui tocando guitarra e cantando algumas
músicas, "O amor é uma coisa
maravilhosa", e eu e Charlie estávamos
falando sobre essa parte da harmonia, que
estava faltando a parte da harmonia.

RED: Bem, o que eu posso dizer, eu sinto
falta de cantar isso.
PRESLEY: Bem, olha, você cuidar de você
mesmo e da sua família, e se precisar de
mim para qualquer coisa, eu serei mais do
que feliz em ajudar.
RED: Agradeço.
PRESLEY: Eu quero dizer isso. Eu não dou
um maldito, Isso não tem porra nenhuma a
ver com artigos ou nenhuma publicação ou
nenhuma dessa merda. .que eu já ouvi. Eu
só ouvi boatos. pedaços. Eu não sei de
nada. Eu estava em turnê a negócios . . Eu
nem sentei com ninguém, mas alguém
falou isso para mim. Eu só sei de você como
pessoa e Pat, se há alguma coisa que eu
possa fazer, alguma forma de conseguir um
emprego, qualquer outra coisa, me avise.
Eu ainda estou aqui, filho.
RED: Eu aprecio isso e vou dizer a Pat o
que você disse, porque ela ficou magoada e
as crianças também ficaram magoadas.
PRESLEY: Todos nós ficamos magoados. É
como aquela música "Desada
Deraida,"Escute os estúpidos e os
ignorantes, porque eles também têm uma

ELVIS O QUE ACONTECEU?

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história para contar" e então "Hank
Williams", escreveu, "Você nunca andou
nos sapatos daquele homem e não viu as
coisas através dos seus olhos." Depois
analizando o culpado das coisas, eu posso
fazer qualquer coisa em tudo. Preocupado
com o livro? Acho que não, não da minha
parte. Você faz tudo o que você tem que
fazer. Eu só quero que você e Pat fique
sabendo que eu ainda estou aqui.

RED: ok cuide se

PREESLEY você também




NOTA nem Red  nem Sony ou mesmo Dave voltariam há ver Elvis Com Vida Nova Mente Pois O REI morreria pouco tempo depois e alguns dizem que este livro acelerou ainda mais este momento




então amigos fãs e seguidores do Elvis The Man este foi o ultimo capitulo Do Livro ELVIS O QUE ACONTECEU tirem agora suas Próprias conclusões só não se esqueçam que Elvis antes de ser O REI DO ROCK é um ser humano de sentimentos tristezas e falhas  como todos nós


O BLOG ELVIS THE MAN DEIXA AQUI OS AGRADECIMENTO A TODOS OS SEGUIDORES E AGUARDEM OS PROXIMOS LIVROS

ASS DEIGO ELVIS ADM



AGREDCIMENTOS PARA AMIGA ROSEANE MARIA SILVA PELA VALOROSA AJUDA COM A TRADUÇAO DOS CAPITULOS FINAIS

FOTOS DIEGO ELVIS, ARQUIVO PESSOAL