Elvis 1956




sexta-feira, 5 de maio de 2017

LIVRO ELVIS E EU CAPITULO 24

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Continuação do livro Elvis e EU  Elvis And Me CAPITULO 24


Elvis não era um homem de moderação. Quer fosse motocicletas, carros cavalos, parques de diversões, rinques de patinação, sexo ou até mesmo comer o mesmo jantar dia após dia, se ele gostava, entregava-se de corpo e alma.

Uma noite dei-lhe de presente um autorama, com carrinhos de controle remoto. Poucas semanas depois ele acrescentara uma sala inteira à casa, com uma enorme pista profissional. Brincava ali noite após noite, só voltando muito tarde para seu quarto, até que acabou cansando e o anexo foi convertido numa sala de troféus, ocupada por seus discos de ouro e prêmios diversos.

À medida que a fascinação de Elvis pelos fenômenos ocultos e metafísicos aumentou, Larry levou-o ao Centro de Autocompreensão, em Mount Washington, onde ele conheceu Daya Mata, a diretora. Era uma mulher atraente, com uma semelhança extraordinária com Gladys Presley. Elvis ficou cativado por sua serenidade e presença espiritual. Ela simbolizava tudo o que ele procurava.

Elvis fez várias viagens a Mount Washington, no alto das colinas de Hollywood, para sessões com Daya Mata, na esperança de alcançar o Kriya, que é a forma mais elevada de meditação na auto-compreensão. Sentia-se especialmente atraído por Paramahansa Yogananda, o falecido fundador do centro e autor de A Autobiografia de um Ioga.

Leu que Yogananda ficara num caixão aberto no Cemitério Forest Lawn por mais de vinte dias sem apresentar qualquer sinal de decomposição. Era esse tipo de estado superior de percepção que Elvis esperava alcançar.

Por mais relaxado e pacífico que ele estivesse ao deixar a área sossegada do centro, havia uma coisa a que não podia resistir: uma boa briga. Voltávamos uma tarde de Mount Washington quando a limusine


passou por um posto de gasolina em que dois atendentes estavam brigando.

— Pare o carro — ordenou Elvis ao motorista.

— Alguém está em dificuldade.

Ele saltou do carro, seguido por Jerry e Sonny. Aproximou-se de um dos homens e disse:

— Se você quer brigar com alguém, estou às suas ordens.

— Ei, cara, não tenho nada contra você! — protestou o homem, mal podendo acreditar que era mesmo Elvis. — Nem mesmo estou discutindo com você!

— Se quer um motivo para brigar, então vou lhe dar um! Elvis desferiu um golpe de caratê e para sua surpresa — e de todos nós — arrancou um maço de cigarros do bolso do homem.

No nosso grupo, Elvis não se destacava pela precisão no caratê. Muito tempo depois da confusão no posto de gasolina ainda gracejávamos a respeito:

— O senhor estava ao lado de E naquele dia. O cara não soube a sorte que teve.

É claro que Elvis agira como se pudesse fazer aquilo sempre que quisesse. Depois de desferir o chute, ele se afastou com um sorriso arrogante, advertindo ao homem que não comprasse outras brigas ou aprenderia uma lição para valer.

Quando chegamos em casa, Elvis relatou o incidente, dando a impressão de que liquidara meio batalhão. E nós confirmamos a sua fantasia.

Ele estava ansioso por um filme, Harum Scarum, considerando-o a sua grande oportunidade de criar um personagem realmente interessante. Identificava seu papel com o de Rodolfo Valentino em The Sheik. Achava que tinha finalmente um papel que podia explorar. Estava convencido de que tinha uma semelhança física com Valentino, especialmente de perfil. Durante os preparativos para a produção, ele chegou um dia em casa escurecido pela maquilagem, vestindo uma calça branca de harém, um


ELVIS E EU

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turbante branco na cabeça. Estava excepcionalmente bonito, muito mais do que Valentino, em minha opinião. Inclinando a cabeça, com um olhar penetrante, as narinas dilatadas, ele perguntou, enfaticamente:

— Não é impressionante como pareço com ele? Qual é a sua reação?

Ele me pegou em seus braços, ao melhor estilo de Valentino, inclinou-me, como no melhor cartaz do filme.

Noite após noite ele manteve a maquilagem e o turbante, durante o jantar e até a hora de dormir. Embora estivesse muito animado com o filme quando começaram as filmagens, no entanto, seu ânimo foi declinando a cada dia que passava. O enredo de Harum Scarum era uma piada, seu personagem não passava de um idiota, as canções que apresentava eram desastrosas. O filme tornou-se mais um desapontamento... e dos mais embaraçosos.

Ainda empenhado no filme, mas humilhado por sua mediocridade, Elvis procurava uma válvula de escape em incursões de motocicleta — onze Triumphs e uma Harley, as Triumphs para os assistentes e a Harley para o chefe. Vestidos de couro da cabeça aos pés e nos sentindo como um bando de arruaceiros dos Hell's Angels, partíamos em disparada pelos portões da mansão de Bel Air, acelerando os motores, a qualquer hora da madrugada.

Nos fins de semana fazíamos excursões às montanhas de Santa Mônica, parando pelo caminho para tomarmos refrigerantes ou cerveja. Era divertido e desenfreado. Eu gostava tanto que queria ter minha própria motocicleta. Apesar da preocupação com minha segurança, Elvis acabou me comprando, relutante, uma Honda Dream 350.

Enquanto ele estava no estúdio, eu saía sozinha às vezes, fugindo de Bel Air, Beverly Hills, Hollywood, MGM e todas as minhas preocupações.

Durante esse período, quando Elvis ainda procurava "um estado de consciência superior", experimentamos as drogas que expandiam a percepções. Experimentamos a marijuana e não gostamos muito. Sentíamo-nos cansados e grogues, com uma fome voraz.



Depois de várias excursões à geladeira — e os quilos a mais resultantes — resolvemos nos manter a distância de marijuana. Embora detestasse as drogas mais fortes, Elvis estava curioso com o LSD, querendo experimentá-lo uma vez. Quando iniciamos a experiência, providenciamos para que Sonny West permanecesse na supervisão durante todo o tempo. Lamar, Jerry, Larry, Elvis e eu sentamos à noite em torno da mesa de reunião no escritório de Elvis, no segundo andar de Graceland. Elvis e eu tomamos meio tablete. A princípio, nada aconteceu. Depois, começamos a nos fitar atentamente e a rir, pois os rostos começavam a ficar distorcidos. Fiquei absorvido pela camisa multicolorida de Elvis. Começou a aumentar, cada vez maior, até que pensei que ele ia explodir. Era fascinante, mas a sensação não me agradava. Pensei; Isso não é real, tome cuidado, está perdendo o controle. Tentei me apegar à sanidade. Todos nos concentramos em torno do aquário, no lado de fora do quarto principal, fascinados pelos peixinhos tropicais. Muito estranho — havia apenas dois ou três, mas de repente eu contemplava um oceano de peixes de cores brilhantes. Afastei-me e um momento depois descobri-me no imenso closet de Elvis, ronronando como uma gatinha, já era de manhã quando Elvis e eu descemos e saímos da casa. O orvalho criava arco-íris na névoa, rebrilhava nas árvores e no gramado. Estudamos as folhas, tentando contar cada gota de orvalho. Os veios na relva tornaram-se visíveis, respirando lentamente, em ritmo. Fomos de árvore em árvore, observando a natureza em detalhes. Foi uma experiência extraordinária. Contudo, compreendendo que era uma droga muito perigosa para se brincar, nunca mais experimentamos o LSD.


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CONTINUA,,,,,,,,


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